quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Suando!

Absurdo dos absurdos da vida moderna! Foi isso que eu pensei quando me dei conta de que decidi suar!!! Sim, suar, de suor mesmo. Suar, essa coisa tão humana que, sem perceber, deixamos de fazer ao adquirir, sem parar para pensar, as inovações da indústria. Tudo bem que com esse calor infernal que faz em Goiânia a tarefa não é muito difícil, mas me sinto MUITO mais humana suando. Isso quer dizer que parei de uma vez por todas com os desodorantes que impedem de suar, carregados de alumínio e que fazem mal à saúde. Adotei os desodorantes naturais. Viva!

No início fui motivada pela implicância com o alumínio, substância bastante relacionada com a incidência de câncer, mas depois me veio naturalmente a reflexão do quanto estamos deixando de ser humanos. Não andamos mais, não comemos mais em casa, engolimos sanduíches, comida pronta e fast foods, passamos horas e horas de frente para o computador e, a cada dia, descartamos mais um hábito saudável em nome da pressa, da vida moderna. Estamos nos robotizando em nome dessa vida em que ter tempo pra pensar é luxo, desse capitalismo que nos instiga a produzir, produzir e que faz as pessoas se sentirem culpadas por se distraírem. Ando firme no meu propósito de viver. Viver com qualidade, de uma maneira mais próxima daquilo que se entendia por vida há algumas décadas.

Outro dia li a entrevista de um endocrinologista (ou era nutricionista???) recomendando que só se levasse pra casa aquilo que sua avó reconheceria nas prateleiras dos supermercados de hoje. Tem razão. A modernidade é excelente, facilita tudo e, claro, é muito mais confortável não suar. Mas, tente observar, na próxima vez que for ao supermercado, a quantidade de substâncias IRRECONHECÍVEIS em produtos banais que consumimos diariamente. Tente pensar um pouco: isso é natural???? Como alérgica a corantes e conservantes, pra mim foi inevitável mudar de vida, mas reconheço que é mesmo difícil abandonar uma Coca-cola ... Mas, se te consola saber, desodorantes naturais são eficientíssimos!

domingo, 19 de outubro de 2008

Eu acredito em estrelas cadentes


Filmes sempre mexeram muito comigo e alguns deles já me ajudaram a mudar de vida. Não, não quis ser jornalista só por causa do Superman, mas não sei até que ponto a Loys Lane tem a ver com isso. Mas, fato é que o cinema tem muito a ver com a minha vida... tem a ver com decisões importantes, com atitudes edificantes, com minha forma de viver. Minha mãe me deu uma aula de sexo vendo comigo - tudo programado - A lagoa azul. Riam, se quiserem, mas por mais que tenha sido duro pra mim (que só queria ir jogar bandeirinha na rua), sexo se tornou algo belo, leve, mais do que a qualquer outra coisa...

A Sociedade dos poetas mortos caiu como uma bomba na minha cabeça adolescente e altamente propensa a impulsividade. E acho que foi dos muitas comédias românticas (sim, eu amo!) que tirei coragem pra querer um amor de verdade e não uma ilusão ou algo mais parecido com conformismo (estou falando de amor real, hein?!). Chorei feito boba quando vi pela primeira vez Cinema Paradiso e entendi porque aquela tela grande sempre me fascinou. E quando minha prima Ineida me mostrou filmes fabulosos como Ata-me e O Matador, de Almodovar, Apocalypse Now, Lanternas Vermelhas e tantos outros grande títulos, sentia como se tivesse febre, como se reconhecesse na tela coisas que viviam latentes em mim.

Outras vezes, o contrário também acontece e vejo, como hoje ao assistir Banquete de Amor, conceitos tão meus refletidos em alguns personagens. Sempre (talvez seja muito dizer sempre) achei que o pior erro num relacionamento é supor que se conhece mais o outro que ele próprio. Nesse filme, o marido toma o fato de sua esposa - sabidamente avessa a cachorros - aceitar visitar um abrigo de cães como a cura de sua fobia. Ele resolve presenteá-la com um bichinho e comete o erro de ignorar a complexidade humana. Também me reconheci numa fala do personagem de Morgan Freeman quando ele diz: duas pessoas sabem quando se pertencem e também sabem - ainda que seja mais fácil ignorar - quando as coisas já começam erradas. A gente sabe. A gente sente. E é preciso ter coragem para aceitar, nos dois casos.

Enfim, acho que somos feitos de pedacinhos de coisas e pessoas que nos cercam... a calma do pai, a paixão pelo cinema da prima, a impulsividade da mãe, a franqueza aprendida com uma amiga, os gostos herdados de amigos, namorados, o estilo “roubado”de quem admiramos, a cultura emprestada de livros que lemos. Somos meio Frankenstein e, nesse universo Shelley, devo muito de mim a personagens do cinema que me fazem pensar, sonhar, me entristecer, chorar, amar a vida, as pequenas coisas, acreditar e, sobretudo, sonhar... já que é o sonho que permite amar. Ponto.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Um coração na minha caneca


Teve uma época em que fui muito ligada em misticismo, tarô, I Ching e tudo que pudesse aplacar minha ansiedade com relação ao futuro. Há muito isso passou. Entendi, depois de muitas lambadas, que é impossível ter controle de tudo e, mais recentemente, que os florais de Bach ajudam mais que as cartas do tarô quando a aflição com o futuro me atinge.


Ontem, entretanto, uma coisa curiosa me aconteceu e eu achei fofo me pegar - oportunamente, diga-se - acreditando que recebi um sinal, daqueles! Cheguei ao trabalho um pouco antes das 8 da manhã e, como de hábito, fui tomar café com uma colega que, ao me ver pegar minha caneca, brincou:

- Vou ler sua sorte na borra do café, disse ela, apanhando os cuponzinhos que nos dão direito a um café quentinho e pão na copa do Tribunal de Justiça. Eu ri e não pensei mais no assunto até às 11 horas quando, voltando de uma reportagem, dei com a Aline "Ota" tomando café na copa. Disse um oi rápido e corri pra pegar a caneca que havia deixado sobre a minha mesa pra ir tomar um café com ela.

- Caraca! - Foi tudo que eu consegui dizer quando vi que um coração perfeito estava nitidamente gravado no fundo do copo, como vocês podem conferir na foto. Não consegui controlar o sorrisão diante daquela "prova material" de que a felicidade e o amor estavam ali no fundo da minha caneca, bem no centro do meu destino.

- Um sinal!!!! - Me ouvi dizer, num tom entre a brincadeira e o espanto. Não lavei a caneca e desisti do café (fato raro!). Fotografei e mostrei pra todo mundo aquela marca no fundo, me certificando que eu não estava louca.

Mas, só hoje, vendo as fotos e pensando nessa minha fase mística, é que me lembrei porque acabei desistindo de advinhar futuros: descobri que os oráculos, sejam lá quais forem eles, apenas despertam o que sua alma já sabe.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Do que eu me lembro


Amizade é um pijama de
flanela rosa e
brigadeiro
de colher
pra dois.