quinta-feira, 31 de julho de 2008
Dançar com vocês!
Sentadas na mesa da cozinha da Elaine (sem toalha, medida de segurança tomada toda vez que estou presente para preservar os lindos forrinhos da mãe dela), abrimos um vinhozinho, pedimos comida chinesa por telefone e começamos a jogar conversa fora, a sonhar bobagens, falar dos nossos "meninos", rir de tudo e de nada. Até alguém comentar que gostava da música Amado, de Vanessa da Mata, e eu - comprovadamente incapaz de cantar uma estrofe sem modificá-la - apostar que eu sabia cantar a música in-tei-ri-nha!
Acabamos as três no escritório, devidamente acompanhadas das nossas taças de vinho, cantando alto essa música e outras tantas do play-list de minha amiga. Empolgadas, dançamos e não economizamos as cordas vocais até o porteiro avisar que estava difícil dormir no 401. Ficou difícil até a terceira reclamação... e, entre muitos risos, resolvermos que já era hora de ir pra cama mesmo.
Ao acordar hoje às 5h30 da manhã, foi impossível não pensar em como vale a pena viver sob a filosofia de fazer questão das pessoas, dos amigos, dos pequenos e tão maravilhosos momentos como esse. Eu acordei com sono sim... mas, nada que um bom café não resolva! Fora isso, devo informar que ganhei a aposta!
domingo, 27 de julho de 2008
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Gravidez
e o amamento com palavras doces
e o gero com gosto,
gozo, sorrisos e saudade,
esta placenta
rosa, macia, quente e proterora
sem ameaças ao
meu filho mais legítimo
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Azul da cor do mar
Nosso cotidiano era construído com pequenos gestos gentis seguidos de um simpático "obrigadim tim tim...", de colos, de pratos preferidos, de pequenos mimos e isso tudo me fazia acreditar firmemente que a felicidade morava naquela casa azul da praça, onde se tocava bolero aos domingos, num tempo em que segurança era estar a salvo de pernilongos debaixo de um mosquiteiro rosa que o pai vigiava como um herói.
Lembro como hoje de quando meu pai viajava a trabalho e minha mãe recebia seus bilhetes que terminavam sempre e incondicionalmente com a frase SAUDADE É UMA PARTE AFASTADA DA OUTRA PARTE QUERIDA. Quando ainda morava fora do Brasil, recebi do meu pai uma carta com o mesmo final e isso, de alguma maneira, me fez acreditar em futuro. Não restava muito mais da casa azul, mas algo muito forte sobrou disso e, depois, ninguém esquece um endereço assim.
terça-feira, 22 de julho de 2008
ChatEMAILação
- Olha eu preciso que você crie pra mim o seguinte material: quero uma coluna com 9x 21, com o cabeçalho assim, com a logo ASSADO (arquivada na máquina tal, pasta tal), essa coluna precisa ser 4x4 e minha intenção é que ela atinja o público ABBBC. O conceito da peça está no arquivo tal e o texto base, que na verdade é um resumo de tudo que estou te explicando, está na pasta Y.
Ele ainda tem dúvidas e você pacientemente as esclarece.
- É acho que pode ser assim. Acho que o vermelho moderniza e que vai trabalhar favoralvelmente pro nosso objetivo final. oK?
Então, enquanto você espera o OK final e já se imagina voltando pra sua mesa com a sensação de ter feito um bom briefing, o cara te olha nos olhos e diz:
- Então, nós vamos fazer o seguinte: você me manda um e-mail com tudo isso que você explicou e eu providencio tudo.
E nós estamos na era da comunicação!
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Du fond de mon coeur
sábado, 19 de julho de 2008
Você é quem tinha razão
A frase é de Dercy Gonçalves, que morreu neste sábado, aos 101 anos.
Tenho de concordar, com meus pulsos doloridos e coração leve!
quarta-feira, 16 de julho de 2008
terça-feira, 15 de julho de 2008
Pra minha amiga Cejane
A morte é indolor.
O que dói nela é o nada que a vida faz do amor.
Sopro a flauta encantada e não dá nenhum som.
Levo uma pena leve de não ter sido bom.
E no coração, neve.
Thiago de Mello
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Batatinha quando nasce se esparrama pelo balcão...
Descobri que a moça do balcão, que sempre me entrega o pão com um sorrisão no rosto toda manhã, é chamada curiosamente de Batatinha pelos clientes da casa. Negra, de corpo atarracado e uniforme azul e cinza bem passado, ela é daquelas que trazem no rosto uma meiguice e uma doçura do tipo original de fábrica.
- Quer com muita manteiga?, ela me perguntou com ar de quem quer agradar, enquanto eu a observava.
- Não. Prefiro com o mínimo de manteiga possível!, eu respondi, mas sem coragem de dissuadi-la a colocar menos presunto no pão. Afinal, eu já a tinha espantado recusando o açúcar e o adoçante que ela me oferecera para o café, que bebo sempre amargo.
Enquanto ela preparava um sanduíche para uma moça alta e corpulenta, a quem ela chamou pelo nome, chegou um moço pálido, com óculos de grau antigos, camisa pólo vermelha e azul e andar preguiçoso. De cara, ela observou:
- Tá pálido hoje fulano! - E bastou isso para que ele se sentisse estimulado a falar sobre uma tal cirurgia.
E o rapaz foi falando de seus medos, do resultado do exame que não deixava clara a regressão da doença, enquanto Batatinha respondia a tudo repetindo as últimas frases do cliente.
-Vou ter de internar na segunda pra ver. Mas, se o exame não der negativo, vou ter de operar de novo.
- Ah, meu Deus, operar de novo né?
-É. Senti muita dor de ontem pra hoje, mas tomei o remédio que o médico mandou, levantei umas duas vezes à noite, mas já estou melhor.
- Tá melhor, né? Graças a Deus então -, respondia ela se abaixando para limpar o balcão ou preparar mais um café.
O que era evidente, nesse diálogo banal num sábado de manhã, era o ar de prestação de serviço, como se aquela conversa toda fosse um extrinha qualquer, como pegar mais açúcar ou aquecer mais um pouco o copo de leite. E assim o diálogo foi correndo. Percebi que a moça não absorvia tudo o que o pobre rapaz dizia, mas que ele ia ganhando cor a cada gole de leite com café quente.
Batatinha não escutava tudo o que ele dizia, mas à sua maneira, dava a ele uma atenção que, naquele momento, em meio a tantos pães na chapa, capuccinos e catchups extras, parecia milagrosa. Pude ver ali, naquela moça, que caridade fast food tem o mesmo sabor de um bom café... e que não custa mais do que isso. Lição de Batatinha, que nesse caso, se esparrama pelo balcão!
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Arremesso
Outro dia uma louca jogou um bebezinho de oito meses pela janela do sexto andar de um edifício em Curitiba. Aliás, morar no sexto andar, como bem colocou uma amiga hoje, já está ficando suspeito para pais e mães brasileiros. Motivação da moça : "não queria cuidar dessa criança"! Ontem um outro maluco de Recife me joga uma criança no esgoto inconformado com a separação da mulher... que idiota!
E eu fico me perguntando: é possível modismo em casos como esse? Quem tem culpa nisso? A mídia por dramatizar casos como o de Izabela e "fazer propaganda" da modalidade? O que leva essas pessoas a pensarem primeiro em imitar os Nardoni antes de entregar as crianças para adoção? Que loucura é essa????? Alguém tem um estudo, uma tese, algum psicólogo se habilita a explicar?
É, galera, pra mim tem explicação que convença não!
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Zappeando
Hoje liguei a tevê. Mas, pra ver um filme, A Espiã. Impressionante como esse gesto de ligar a tevê é cada vez mais raro. Nunca fui de prestar muito atenção no que a caixinha colorida mostra, mas sempre me deu uma sensação de lar aquela musiquinha do Jornal Nacional. Então, durante muito tempo deixei no automático a rotina de chegar em casa, apertar o botão de ligar, pegar o livro da vez e me sentar de frente da tevê pra ler! Se não fosse um livro era uma outra coisa, mas a tevê estava sempre lá como alguém da família que fala muito e ninguém escuta.
Tenho de ser justa e confessar que também já tive momentos de solidão em que ela foi amiga. Dias em que ela me fez companhia nas muitas noites em que o sono não vinha por motivos muito justificáveis. Mas, enfim, talvez porque estão cada vez mais distantes as lembranças da família junta jantando com o barulhinho das notícias ao fundo, esse gesto tem ficado esquecido, quase extraordinário.
Não que eu não goste de tevê. Gosto sim. E ainda me surpreendo com coisas bacanas como CQC, da Band. Mas, com a velocidade em que as notícias chegam à net, a tevê – agora agregada ao computer - se tornou mais seletiva e tem, sim, perdido espaço na minha vida. Acho tudo meio repetitivo ultimamente e é hors question ligar a tevê no domingo só de medo de ouvir a voz do Faustão, ou pior, do Tom Cavalcante! Cruz credo mangalô três vezes!
Acho que a tevê - aberta - precisa sair desse modelão antigo, cansativo e tão desestimulador, dessa fórmula que emburrece e insulta o telespectador. Estou enganada ou li em algum lugar que as audiências das novelas da Globo estão despencando? Novela no Brasil tem papel importante e eu ousaria dizer que muitas vezes até educativo. Mas, não posso negar o prazer que sinto em saber que as pessoas estão aprendendo a viver suas próprias vidas, se tornando protagonistas de suas próprias decisões! Eu descobri que sou a mocinha faz tempo e a tevê estava desligada! Se é que vocês me entendem.
domingo, 6 de julho de 2008
Tarefa difícil
Mas eu já faziiiiiiiiii!
Ele vomitou no ômbinus?
Já tá chegando no supumecado?
Tá, mas eu só quero o caldinho da mojoca.
Eu gosto de fooundi!
Tia Nine, esse aqui não é o Foboyant!
É meus amigos, corrigir, diante de tanto charme, é tarefa dura pra tias apaixonadas!
sexta-feira, 4 de julho de 2008
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Esquecimento emagrece
- Nossa que calça linda!
Destraída eu respondi:
- Nossa (porque "nossa" tem de iniciar as frases das peruas goianas) essa calça deve ter uns dez anos.
- Noooooooooossa e ainda te cabe?!
Não sou, nunca fui e nunca serei rata de academia. Como de maneira saudável, é certo. Mas, meu fds inclui cervejinha, churrasco, massas e todos os pecados gastronômicos existentes no planeta terra que o meu dinheirinho consegue pagar. De exercício, apenas parcas caminhadas - mantidas mais pela higiene mental - e alguns quilômetros de bike duas vezes por semana (quando dá). Meu problema com malhação (e com quase tudo na vida) é esse: só faço o que me dá prazer!
Sabendo disso tudo, vocês certamente se perguntarão:
- Noooooooossa, como é então que ela cabe nas calças de dez anos atrás????!!!
Sou esquecida! Essa é a resposta.
Já urrei de raiva a cada vez que esquecia o celular e tinha de voltar pra buscar; que esquecia a chave do carro e voltava pra buscar, que esquecia onde parei o carro e passava meia hora procurando; quando ia ao banco pagar a conta e esquecia a conta e tinha de voltar pra buscar... mas, hoje realizei que é isso que salva o meu USTop 38...
Noooooooooooossa, será que não dava pra esquecer a marca da calça também, não?!!!!
P.S.: A calça é Levis gente. Até porque eu nem conheci a USTop... eu sou jovem e só escuto Detonautas!
quarta-feira, 2 de julho de 2008
terça-feira, 1 de julho de 2008
Meu sangue
Inspirados antes mesmo de aparecer o sol, eles me ajudaram a por a mesa para o café-da-manhã, disputando a pilha de pratos e quem colocaria - e onde - cada talher. Depois de praticamente ignorar a comida, me fizeram ligar o computador para que eles deixassem recadinhos para as minhas amigas na internet! O recado ficou por minha conta, mas as "tias" receberam a assinatura de cada um digitada solenemente. Cheguei às 8 horas no trabalho, não sem antes deixar o carro pra lavar pois tinha leite espalhado por todo o tapete! Mas, que coisa boa passar o dia fazendo planos pra eles.
Sei, de antemão, que este mês de julho vai me exigir muito. Serão parquinhos, sorvetes, zoológico e Mutirama pela enésima vez (se Deus quiser nenhum joelho ralado), piscina - de água e de bolinha - e muitas passadas nos já catalogados pula-pulas de Goiânia... Tudo isso fora as vezes em que ouvirei mil vezes "tiiiiiiia Niiiiiiiine" em questão de minutos!
Mas, que realização estranha que me dá quando chego em casa no fim do dia - já com saudade dos pestinhas - e vejo aquelas marcas de pezinho sujo por toda minha roupa e passo rindo pro chuveiro pra tirar de vez o grude do picolé que eu nunca sei quando, nem como, vai parar no meu cabelo. Resistam a isso, se quiserem ou se forem fortes o suficiente. Eu já entreguei os pontos e compreendi que é o sangue, o nosso sangue, que muda o conceito de cansaço.