Hoje, voltando do trabalho, cruzei com o meu amigo (queridíssimo) Drubas e ele não demorou a me dar uma chamada:
- Abandonou o blog. Olha, 'tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas' - ele me disse citando o Pequeno Príncipe (helo misses!), num elogio zombador bem ao seu estilo.
Taí. Estou de volta depois de uma dezena de dias visitando o Rio Grande do Sul. Fui, leonina como sou, jurando que iria zoar os tchês e báaaaaaas da gauchada. Mas, bar-ba-ri-daaaaa-de, eu é que fiquei na berlinda.
Gente, eu não tinha a menor noção do quanto eu sou goiana. E a quantidade de trem que eu falo?! Trem mais esquisito isso!!!!! É demais da conta. Aliás, essa expressão goianéeeeeerrima também arrancou boas risadas da gurizada. Falo tanto
trem, no sentido de coisa, que fui contar uma história com um trem de verdade, e tive de explicar que trem - daquela vez pelo menos - era trem mesmo, com vagão e piuí. Ó o vexame!
Eu, que aqui sou tida como uma sem-acento (ainda tem hífen pelo amor de Deus? Ou nunca teve?), vi meu poRta e o pORque, sendo repedidos entre rizinhos. Mas, bem que eu me diverti com coisas malucas e totalmente incompreensíveis como "
me caiu os butiás do bolso" (expressão de espanto) ou "
fazer um rancho" (quando um gaúcho quer raspar as prateleiras das lojas) e ainda
baia (para casa) e
banda (para passeio). Tipo:
vou passar na tua baia e a gente pode dar uma banda, que tu achas?
Mas, tá. Capítulo culinária. Apaixonada pelo meu estado como sou, fui carregando uma amostrinha de licores, doces típicos como pingo e vários cristalizados, doce de leite com ameixa, amarula do Cerrado e outras gostosuras da nossa terra. Mas, diante de uma pasta pequi e sem a menor idéia do que fazer com ela, alguém sugeriu colocar no estrogonofe. Fui obrigada a desaconselhar, recomendando um boa colherada num franguinho ao molho ou numa galinhada, bem mais prudente, né não?
Mas a grande rata, nesse quesito, foi minha mesmo. Quem me conhece sabe que eu sou especialista em dar foras. Me explicaram, por alto evidentemente, que o chimarrão é passado de mão em mão para promover a integração. Me ofereceram a tal cuia e, me sentindo
A educada, tomei um gole e elegantemente passei a cuia pra frente. Achei de uma falta de educação enorme a tal cuia não chegar mais a minha mão! Precisou um filho de Deus pra me explicar que chimarrão se toma até roncar e só então se passa a cuia. Ôoooo trem custoso, mas bão!