segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Irritando Aline Leonardo


- Alô!


- Boa tarde! Meu nome é Aline Leonardo, sou repórter, trabalho em tal lugar e estou ligando pra falar com o sr. fulando de tal, sobre tal assunto.


- Aaaaah, tá. Sr. Fulano?


- É, ele pode me atender?


- Quem tá falando mesmo?


- Aline Leonardo


- De onde?


- De tal lugar.


- Aaaaah -, e ela repete o nome do departamento errado! Olha, ele tá terminando uma ligação. Ah, desligou. É sobre que assunto mesmo?

- (Rrrrrrrrrrrrr) Sobre isso, isso e isso -, eu digo, já impaciente.


- Ah, o ramal ocupou de novo D. Alice. Liga daqui a pouco?!



Gente, isso - que poderia ser respondido simplesmente com um "pois não senhora de tal, de tal lugar, vou passar a ligação ou não posso passar a ligação" - quase me tira do sério. Sou até bem paciente, mas isso ME IRRITA!!!!!
Mas, podia ser pior, bem pior se ela, com aquela voz de Barbie com insônia, se despedisse com o sucesso total dos pps que lotam meu e-mail e terminam sempre com "Beijo no seu coração" ou (eu juro que já recebi) "beijo de luz na sua alma." Aíiiiiiiiiiiiiiiiií seria o fim! Só o santo Profissionalismo pra me salvar!!!!
P.S.: NÃO ESTOU DE TPM!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Yes, we can!


Fui duramente traída pela vida quando perdi minha mãe, há seis anos. Jovem aos 57 anos, magra, não bebia, não fumava, vivia uma vida tranqüila e andava 8 quilômetros por dia. Morreu no Dia da Independência do Brasil, assim, do nada. Mais tarde, fui apunhalada com a morte do meu irmão caçula, de apenas 24 anos, e por uma série de conseqüências - talvez as mais duras que eu já vivi - advindas disso. Mas, antes mesmo dessas tragédias pessoais, eu já colecionava algumas outras decepções e não foi com prazer que um dia entendi o significado real da palavra frustração. Enfim, como toda e qualquer senhora-todo-mundo, já vivi muitas coisas que poderiam me amargurar, vivi experiências dolorosas e muito difíceis de serem compartilhadas. Traições da vida que eu decidi perdoar, que resolvi encarar, esfregando com Omo e Kiboa as manchas que elas me deixaram.

Falo disso depois de ouvir a história de uma amiga distante que se revoltou com a traição do namorado e passou, ela própria, a trair. A nódoa que a traição deixou a fez desacreditar nas coisas boas, nas pessoas bacanas: pra não ser ferida, ela fere e vai assim perpetuando mágoas, encardindo ainda mais alma, se curvando sem lutar para a derrota. Saber disso me fez pensar sobre como as pessoas podem se ressentir tanto com a vida, a ponto de querer parar de viver. Entendo de dores, mas ainda me espanta a falta de fé. De fé no amor, principalmente!

Personagens humanos e fortes sempre me fascinaram e tudo isso me fez pensar no massagista Marcos Rodrigues, de 25 anos. Depois de muitas decepções amorosas, ele partiu para o ataque e, para tentar encontrar o amor da sua vida, resolveu espalhar pelas ruas de Campinas (SP), bilhetinhos com sua descrição e telefone. “Quero alguém que seja como eu”, disse ele para a reportagem do G1, com a qual me deparei em outubro do ano passado. "No currículo do românico que se diz “de aparência”, quatro namoradas e muitas desilusões. Com a última, ele calcula ter perdido R$ 10 mil. 'Eu comecei a pagar o aluguel dela, marcamos casamento e ela sumiu', diz um trecho da reportagem. Quer prova maior de confiança na vida?

No (ótimo) Comer, Rezar, Amar, a escritora Liz Gilbert conta a viagem feita pela Itália, Índia e Indonésia, na tentativa de se encontrar depois de um divórcio difícil. Em seu relato sincero, percebemos que o trajeto mais importante que ela fez foi pra dentro de si mesma quando, enfim, se perdoou e perdoou os caprichos da vida. Gosto de gente assim.
Já falei aqui da minha síndrome de Pollyana, mas acho que mais que a minha confiança irrestrita de que as coisas sempre terminam comme il faut, conta muito pra fortalecer esse meu jeito de ver a vida o meu ENORME instinto de sobrevivência. Preciso superar as dores, preciso passar pra frente, preciso urgentemente me adaptar SEMPRE porque, se a questão é viver, aí só vale se for pra ser bem FELIZ!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Síndrome de Maria Preta


Ai gente, eu odeio faxina! Cozinho três dias e três noites sem parar, mas não peçam pra arrumar a casa! De-tes-to!!!!! Tenho tanta preguiça e falta de jeito pra essas coisas que vivo pensando no porquê - com tanta tecnologia no mundo - ninguém ainda inventou um banheiro doméstico descartável! Coisa nojenta lavar banheiro! Além de tudo, para um ser humano alérgico a morte que nem eu, tirar a poeira é um sofrimento e é preciso usar uma camiseta como máscara sempre que vou usar esses Vejas e Ajax da vida.


Moro num apartamento minúsculo e me dá até vergonha de pagar faxineira, mas tem sujeirinhas que não adianta: por melhor que seja a profissional, só você vê, só você se interessa por limpá-las! Eu não sou muito neurótica com esse negócio de limpeza não, sou até tranquila demais, mas outro dia fiquei irritada com a gordura acumulada nos botões do fogão. Daí (uma pena que a miopia melhora com o passar dos anos), fui vendo uma coisinha aqui, outra ali, fui limpando isso, aquilo e, quando vi, mais de uma hora brincando de faxineira só no fogão!!!!!


O que me dá nos nervos é que, com esse tempo, eu poderia ler uns quatro capítulos do meu livro, ver um filme inteirinho, ler dois jornais na internet, enfim, fazer algo de produtivo com a mente ao invés de ficar disfarçada de taliban esfregando gordura pra lá e pra cá. Ô tristeza! Mas, ando observando uma coisa: ao passo que cozinhar engorda, numa faxininha dessas perco uns quilinhos. Vendo por esse lado, fazer faxina pelo menos não é tão chato quanto academia e, no final, a casa cheira bem.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Trem custoso, mas bão!

Hoje, voltando do trabalho, cruzei com o meu amigo (queridíssimo) Drubas e ele não demorou a me dar uma chamada:

- Abandonou o blog. Olha, 'tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas' - ele me disse citando o Pequeno Príncipe (helo misses!), num elogio zombador bem ao seu estilo.

Taí. Estou de volta depois de uma dezena de dias visitando o Rio Grande do Sul. Fui, leonina como sou, jurando que iria zoar os tchês e báaaaaaas da gauchada. Mas, bar-ba-ri-daaaaa-de, eu é que fiquei na berlinda.

Gente, eu não tinha a menor noção do quanto eu sou goiana. E a quantidade de trem que eu falo?! Trem mais esquisito isso!!!!! É demais da conta. Aliás, essa expressão goianéeeeeerrima também arrancou boas risadas da gurizada. Falo tanto trem, no sentido de coisa, que fui contar uma história com um trem de verdade, e tive de explicar que trem - daquela vez pelo menos - era trem mesmo, com vagão e piuí. Ó o vexame!

Eu, que aqui sou tida como uma sem-acento (ainda tem hífen pelo amor de Deus? Ou nunca teve?), vi meu poRta e o pORque, sendo repedidos entre rizinhos. Mas, bem que eu me diverti com coisas malucas e totalmente incompreensíveis como "me caiu os butiás do bolso" (expressão de espanto) ou "fazer um rancho" (quando um gaúcho quer raspar as prateleiras das lojas) e ainda baia (para casa) e banda (para passeio). Tipo: vou passar na tua baia e a gente pode dar uma banda, que tu achas?

Mas, tá. Capítulo culinária. Apaixonada pelo meu estado como sou, fui carregando uma amostrinha de licores, doces típicos como pingo e vários cristalizados, doce de leite com ameixa, amarula do Cerrado e outras gostosuras da nossa terra. Mas, diante de uma pasta pequi e sem a menor idéia do que fazer com ela, alguém sugeriu colocar no estrogonofe. Fui obrigada a desaconselhar, recomendando um boa colherada num franguinho ao molho ou numa galinhada, bem mais prudente, né não?

Mas a grande rata, nesse quesito, foi minha mesmo. Quem me conhece sabe que eu sou especialista em dar foras. Me explicaram, por alto evidentemente, que o chimarrão é passado de mão em mão para promover a integração. Me ofereceram a tal cuia e, me sentindo A educada, tomei um gole e elegantemente passei a cuia pra frente. Achei de uma falta de educação enorme a tal cuia não chegar mais a minha mão! Precisou um filho de Deus pra me explicar que chimarrão se toma até roncar e só então se passa a cuia. Ôoooo trem custoso, mas bão!