Filmes sempre mexeram muito comigo e alguns deles já me ajudaram a mudar de vida. Não, não quis ser jornalista só por causa do
Superman, mas não sei até que ponto a Loys Lane tem a ver com isso. Mas, fato é que o cinema tem muito a ver com a minha vida... tem a ver com decisões importantes, com atitudes edificantes, com minha forma de viver. Minha mãe me deu uma aula de sexo vendo comigo - tudo programado -
A lagoa azul. Riam, se quiserem, mas por mais que tenha sido duro pra mim (que só queria ir jogar bandeirinha na rua), sexo se tornou algo belo, leve, mais do que a qualquer outra coisa...
A Sociedade dos poetas mortos caiu como uma bomba na minha cabeça adolescente e altamente propensa a impulsividade. E acho que foi dos muitas comédias românticas (sim, eu amo!) que tirei coragem pra querer um amor de verdade e não uma ilusão ou algo mais parecido com conformismo (estou falando de amor real, hein?!). Chorei feito boba quando vi pela primeira vez
Cinema Paradiso e entendi porque aquela tela grande sempre me fascinou. E quando minha prima Ineida me mostrou filmes fabulosos como
Ata-me e O Matador, de Almodovar,
Apocalypse Now, Lanternas Vermelhas e tantos outros grande títulos, sentia como se tivesse febre, como se reconhecesse na tela coisas que viviam latentes em mim.
Outras vezes, o contrário também acontece e vejo, como hoje ao assistir
Banquete de Amor, conceitos tão meus refletidos em alguns personagens. Sempre (talvez seja muito dizer sempre) achei que o pior erro num relacionamento é supor que se conhece mais o outro que ele próprio. Nesse filme, o marido toma o fato de sua esposa - sabidamente avessa a cachorros - aceitar visitar um abrigo de cães como a cura de sua fobia. Ele resolve presenteá-la com um bichinho e comete o erro de ignorar a complexidade humana. Também me reconheci numa fala do personagem de Morgan Freeman quando ele diz: duas pessoas sabem quando se pertencem e também sabem - ainda que seja mais fácil ignorar - quando as coisas já começam erradas. A gente sabe. A gente sente. E é preciso ter coragem para aceitar, nos dois casos.
Enfim, acho que somos feitos de pedacinhos de coisas e pessoas que nos cercam... a calma do pai, a paixão pelo cinema da prima, a impulsividade da mãe, a franqueza aprendida com uma amiga, os gostos herdados de amigos, namorados, o estilo “roubado”de quem admiramos, a cultura emprestada de livros que lemos. Somos meio Frankenstein e, nesse universo Shelley, devo muito de mim a personagens do cinema que me fazem pensar, sonhar, me entristecer, chorar, amar a vida, as pequenas coisas, acreditar e, sobretudo, sonhar... já que é o sonho que permite amar. Ponto.
4 comentários:
Bom dia, amiga! Que bom acordar cedinho, tomar um café e encontrar seu recado! Aliás, que maravilha ter amigas como você, que como bem definiu Pat, "é puro cinema"!E adorei a idéia de sermos um pouco "Frankstein" ;)Beijão
bom dia...
mais uma vez.. .me deliciando na sua página.. de várias formas..
lendo sua frases. .e texto que escreve, descreve, comenta, com alma e sinceridade.. que sempre nos faz ler mais um pouquinho srsrs
também, como já disse em outros recados. . venho ver a luz do seu sorrizo..
beijos..abraços.. quando der visite a minha pagina. .nao estou conseguindo postar com tanta frequencia..mas fico muito feliz com as visitas...
Aline,
nem preciso dizer que concordo com tudo que você escreveu aqui. Cinema na veia sempre: minhas lembranças mais queridas (secretas ou não) estão sempre atreladas a algum filme.
Beijo
PS: Ficar lendi suas coisas está dando uma saudade doida de você.
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