Fui duramente traída pela vida quando perdi minha mãe, há seis anos. Jovem aos 57 anos, magra, não bebia, não fumava, vivia uma vida tranqüila e andava 8 quilômetros por dia. Morreu no Dia da Independência do Brasil, assim, do nada. Mais tarde, fui apunhalada com a morte do meu irmão caçula, de apenas 24 anos, e por uma série de conseqüências - talvez as mais duras que eu já vivi - advindas disso. Mas, antes mesmo dessas tragédias pessoais, eu já colecionava algumas outras decepções e não foi com prazer que um dia entendi o significado real da palavra frustração. Enfim, como toda e qualquer senhora-todo-mundo, já vivi muitas coisas que poderiam me amargurar, vivi experiências dolorosas e muito difíceis de serem compartilhadas. Traições da vida que eu decidi perdoar, que resolvi encarar, esfregando com Omo e Kiboa as manchas que elas me deixaram.
Falo disso depois de ouvir a história de uma amiga distante que se revoltou com a traição do namorado e passou, ela própria, a trair. A nódoa que a traição deixou a fez desacreditar nas coisas boas, nas pessoas bacanas: pra não ser ferida, ela fere e vai assim perpetuando mágoas, encardindo ainda mais alma, se curvando sem lutar para a derrota. Saber disso me fez pensar sobre como as pessoas podem se ressentir tanto com a vida, a ponto de querer parar de viver. Entendo de dores, mas ainda me espanta a falta de fé. De fé no amor, principalmente!
Personagens humanos e fortes sempre me fascinaram e tudo isso me fez pensar no massagista Marcos Rodrigues, de 25 anos. Depois de muitas decepções amorosas, ele partiu para o ataque e, para tentar encontrar o amor da sua vida, resolveu espalhar pelas ruas de Campinas (SP), bilhetinhos com sua descrição e telefone. “Quero alguém que seja como eu”, disse ele para a reportagem do G1, com a qual me deparei em outubro do ano passado. "No currículo do românico que se diz “de aparência”, quatro namoradas e muitas desilusões. Com a última, ele calcula ter perdido R$ 10 mil. 'Eu comecei a pagar o aluguel dela, marcamos casamento e ela sumiu', diz um trecho da reportagem. Quer prova maior de confiança na vida?
No (ótimo) Comer, Rezar, Amar, a escritora Liz Gilbert conta a viagem feita pela Itália, Índia e Indonésia, na tentativa de se encontrar depois de um divórcio difícil. Em seu relato sincero, percebemos que o trajeto mais importante que ela fez foi pra dentro de si mesma quando, enfim, se perdoou e perdoou os caprichos da vida. Gosto de gente assim.
Já falei aqui da minha síndrome de Pollyana, mas acho que mais que a minha confiança irrestrita de que as coisas sempre terminam comme il faut, conta muito pra fortalecer esse meu jeito de ver a vida o meu ENORME instinto de sobrevivência. Preciso superar as dores, preciso passar pra frente, preciso urgentemente me adaptar SEMPRE porque, se a questão é viver, aí só vale se for pra ser bem FELIZ!
6 comentários:
Lindooo..
Belíssimo o texto, eu li " O Segredo" que me ajudou a encarar a vida de uma forma mais positiva, mas nada melhor do que experiência de vida.
Aline lembra que você me falou do livro Polyana, pois é comprei o Polyana Moça!!!!!!!!!!!
Ju, não gosto de livros de auto-ajuda. Mas, se te fez bem, é o que vale.
bjos
Estava olhando um desses bons projetos literários na net e havia uma lista de blogs, tempo livre(raridade atualmente) e olhei alguns, li outros e quis comentar seu texto, tem sabor, acho q é isso. Boa sorte abraço.
Eu assino embaixo. E tenho dito!
Eu tbém amo livros, e o "Comer, Rezar e Amar" foi o melhor livro que li neste ano! Outro muito bom é de uma jornalista gaúcha Martha Medeiros, conhece? "Doidas e Santas" Muitoooo bom!!!!
Fica a dica!
Postar um comentário