sábado, 28 de fevereiro de 2009

Calculadora estragada



Gente, outro dia, ao receber meu salário, me peguei suspirando e pensando: nossa sobrevivi mais um mês! A sensação era de alguém que escapou de algo grave, que saiu de um perigo e foi tão natural que demorou a vir a reflexão, o pensamento crítico. Caraca! Sempre soube que, como jornalista, não se ganha a vida, sobrevive-se. Mas, nunca, em tempo algum na história da minha vida, essa sensação foi tão palpável. Será a crise a responsável por isso ou será que é porque eu resolvi, enfim, fazer as contas? (Fazer contas pra mim é algo recente, confesso)

O mais engraçado é que ontem, conversando com uns amigos sobre isso, um deles me contou que fez promessa pra não comprar roupa até julho. Quase morri de rir, vejam vocês, porque euzinha mesma também fiz esse mesmíssimo compromisso. ABSURDO! Nan-nan-nan! Não acho absurdo economizar, não é isso. Loucura, inaceitável e inconcebível é ter de apelar pra promessas desse tipo quando se trabalha tanto, quando se dá tanto de si. Peraí, nós, jornalistas, trabalhamos feito escravos, sem sábado, domingo ou feriado e temos de fazer promessa pra não comprar roupa?! Um item básico e, sim, ferramenta de trabalho? Como se nos fosse possível gastar na Harrolds, né?!!!!!! Gente, o nosso nível é Renner!

Por isso é que não ligo se me criticam se digo que a minha causa é minha vida, meu bem-viver. Trabalho sim e, confesso, tenho uma tendenciazinha workaholic. Mas, graças a Deus parei de achar graça em ser explorada. Há algum tempo chutei minha vocação e minha carreira, pela minha qualidade de vida, pelo prazer de ir a pé pro trabalho, de almoçar em casa e de ter horários mais previsíveis. Mas, é isso que eu penso: se é pra ser escrava, se é pra SOBREVIVER apenas, que seja com um pouquinho mais de classe, né?



Ps.: Perdoem o sumiço, mas meu pc está estragado.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O horário de Deus e o dos homens

Me fazia dar boas gargalhadas o comentário de minha avó quando anunciavam o horário de verão: “o certo é o horário de Deus!”, ela bronqueava. Comigo também é assim. Basta anunciar o horário dos homens e minha agonia começa. Tento dormir mais cedo nos dias que antecedem para tentar adequar meu relógio biológico, fico de mau humor e passo umas duas semanas completamente sonada (não sei se essa palavra existe de fato e de direito, mas eu já a adotei) assim que o horário é adiantado em uma hora. Daí, como minha melhor qualidade é adaptabilidade, depois desse período já começo a sair acordada de casa. Grande passo!

Acho que o drama de todo mundo que trabalha muito é não ver o dia passar. Saímos de casa cedo e voltamos à noite, como bons operários. Mas, com o horário de verão, saio do trabalho com o sol ainda batendo no rosto e isso me dá um prazer enorme de viver. Tenho ânimo pra pegar a bike e dar uma volta, pra fazer uma caminhada e, numa sexta-feira, de sentar como uma legítima goiana, na calçada de um boteco pra apreciar (viu?) uma boa cerveja.

Tenho a impressão (acho que a palavra ideal seria ILUSÃO) nesses meses de horário de verão que tenho mais tempo. Besteira! Bullshit! N'importe quoi! O negócio é que eu eu durmo tarde MESMO. Como chego em casa com o dia claro, meu cérebro surta achando que é cedo e acha que tem tempo pra aquele livrinho, para o programinha da TV de madrugada e aí já viu, né? Conclusão: mesmo com sono, vivo mais no horário de verão.

Bom, tudo isso pra dizer que admito a confusão de sentimentos que o horário de verão me desperta: odeio quando começa, suporto nas primeiras semanas, adooooro depois que meu corpo se habitua a dormir pouco, fico triste quando sei que vai acabar e RADIANTE quando penso que vou voltar a dormir uma hora a mais. Alguém entende? No fim, penso que minha vó é quem tinha razão: isso não é coisa de Deus não!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A menina que vive em mim

Essa música do Ney Matogrosso, Lema, é tudo que eu sempre quis falar sobre maturidade, esse presente que os anos nos deixam! Eis o meu lema: