Gente, outro dia, ao receber meu salário, me peguei suspirando e pensando: nossa sobrevivi mais um mês! A sensação era de alguém que escapou de algo grave, que saiu de um perigo e foi tão natural que demorou a vir a reflexão, o pensamento crítico. Caraca! Sempre soube que, como jornalista, não se ganha a vida, sobrevive-se. Mas, nunca, em tempo algum na história da minha vida, essa sensação foi tão palpável. Será a crise a responsável por isso ou será que é porque eu resolvi, enfim, fazer as contas? (Fazer contas pra mim é algo recente, confesso)
O mais engraçado é que ontem, conversando com uns amigos sobre isso, um deles me contou que fez promessa pra não comprar roupa até julho. Quase morri de rir, vejam vocês, porque euzinha mesma também fiz esse mesmíssimo compromisso. ABSURDO! Nan-nan-nan! Não acho absurdo economizar, não é isso. Loucura, inaceitável e inconcebível é ter de apelar pra promessas desse tipo quando se trabalha tanto, quando se dá tanto de si. Peraí, nós, jornalistas, trabalhamos feito escravos, sem sábado, domingo ou feriado e temos de fazer promessa pra não comprar roupa?! Um item básico e, sim, ferramenta de trabalho? Como se nos fosse possível gastar na Harrolds, né?!!!!!! Gente, o nosso nível é Renner!
Por isso é que não ligo se me criticam se digo que a minha causa é minha vida, meu bem-viver. Trabalho sim e, confesso, tenho uma tendenciazinha workaholic. Mas, graças a Deus parei de achar graça em ser explorada. Há algum tempo chutei minha vocação e minha carreira, pela minha qualidade de vida, pelo prazer de ir a pé pro trabalho, de almoçar em casa e de ter horários mais previsíveis. Mas, é isso que eu penso: se é pra ser escrava, se é pra SOBREVIVER apenas, que seja com um pouquinho mais de classe, né?
Ps.: Perdoem o sumiço, mas meu pc está estragado.
3 comentários:
Oi Aline! Nem me fale! Também ando numa fase meio rebelde. E tem gente que diz 'vc escolheu!' Mas definitivamente a gente deveria ser mais valorizado sim, pra pelo menos comprar na Renner sem peso na consciência...kkk Tava comentando outro dia. Por essas e outras, minha profissão deixou de ser a prioridade na minha vida. Mas enfim...Seu blog é ótimo! Abraço pra vc!
Uma coisa escrota do jornalismo é que o empregador, às vezes, passa a sensação de que faz um favor ao nos empregar. Coisa do tipo, "tá reclamando? Pelo menos você tem um emprego". rochellllye, parabéns por sua nova atitude.
qdo crescer quero ser igual, vc, aline... escolher viver.
bjo, amiga!
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