terça-feira, 7 de julho de 2009

Minha vida nos meus sonhos


Juro por Deus que, se eu fosse rica, mandaria instalar aqueles sistemas de vigilância eletrônica com câmeras pra todo lado no meu quarto, só pra rir das loucuras que me acontecem durante o sono. Apronto cada uma, me flagro em cada situação... sem brincadeira, tenho de rir, mas isso depois que o coração volta para o lugar.

Hoje, por exemplo, acordei com meus próprios gritos, braço em riste apontando a cama enquanto via uma aranha pequena se transformar num caranguejeira enorme andando sobre o meu travesseiro até desaparecer no canto da parede. Não vi (não mesmo) a hora que saltei da cama, mas me lembro de puxar as cobertas e jogar os travesseiros no chão até cair ficha: eu estava sonambulando! É impressionante esse limbo entre a realidade e o sonho. Ao mesmo tempo que o meu cérebro registrava os meus gritos e me alertava que eu estava de pé, uma outra parte dele continuava dormindo e sonhando com a tal aranhona. Tudo ao mesmo tempo agora.

Episódios como esse são comuns pra mim, apesar de me lembrar de bem poucos. Mas, ando, converso, acordo com meu próprio grito por socorro, sento na cama, arrumo coisas invisíveis, chamo por pessoas distantes, faço ginástica (essa é diária) e gargalho! Fora as vezes em que falo com pessoas que não estão mais por aqui. É. Daí acordo, na maioria das vezes sem ter sequer idéia das minhas peripécias noturnas e, evidentemente, reclamo de cansaço! Me lembro até hoje de um episódio superintrigante pra mim, ocorrido na minha infância. Acho que tinha uns seis ou oito anos e, completamente confusa, acordei no meio da rua, com a manhã já avançada e a uns cem metros da minha casa, só de camisola. Morri de vergonha!

Minhas amigas choram de rir contando uma história da época da faculdade quando, depois de dormirmos muito tarde e cansadas por causa de um trabalho, uma delas reclamou que ouviu o patinar de uma barata. Irritada com os cochichos e sem acordar, eu teria acendido a luz, pego uma chinela e, com uma impressionante mira, atingido em cheio a barata. Então, eu teria apagado a luz, virado para o lado e voltado a dormir. Eu mudei o tempo verbal de propósito porque não lembro de muita coisa e quem me conhece bem sabe que de pontaria eu sou péssima! Incrível como ganho habilidades extras enquanto durmo!

O sonambulismo tem explicações científicas (transtorno classificado como uma parassonia do sono, também chamado noctambulismo, durante o qual a pessoa pode desenvolver habilidades motoras simples ou complexas), psicológicas (reflexo do inconsciente) e até espíritas (o sonâmbulo é um médium e o fenômeno representa a independência da alma). Mas, pra mim, é um mistério. Um completo e cansativo mistério! Cansativo para os vizinhos também, porque deve ser bem desagradável acordar de madrugada com uma louca gritando socorro ou tendo a cama invadida por aranhas. A coisa é tão grave que, hoje, mesmo depois de uma varredura completa no quarto, preferi dormir no sofá. Eu hein?!

5 comentários:

Unknown disse...

kkkkkkkkkk, amiga Nine, vc arrebenta com esse seu sonambulismo. É história pra mais de metro, hehehe. Nos mata de tanto rir. Beeeeeeeeeijo. Parabéns por td.

Luisa Dias disse...

Aline, quando toma vinho piora? Nem imagino onde vc dormiu esta noite, mas concordo que depois da experiência da barata, é melhor seguir os instintos sempre. Bjos!

Gra Porto disse...

Menina do céu! Como suas noites são agitadas! Eu tenho sonhos engraçados, confusos, cheio de mistérios, mas nenhum deles me fez levantar. 1x0 pra vc.

Patrícia Papini disse...

Darling, vc vive sonhando, mesmo quando acordada. E o inverso tb. Enfim, vc é uma incógnita, mas penso que deve ser até divertido. kkkkkkkk

Gustavo disse...

Até dormindo vc me sai uma figura interessantíssima!