terça-feira, 4 de agosto de 2009

Esquisitinha você, hein?!



Não sei se já mencionei aqui o quanto minha mãe era impressionável e medrosa. Ela era. Um dia, ainda sem ter consciência da importância dessa informação, eu acordei e fui direto pra cama dela.

- Mamãe, hoje eu me vi dormindo lá de cima do armário – eu mandei na bucha.

Ela se benzeu, me olhou com uma cara tão estranha e tão assustada que resolvi enterrar o assunto de vez, apesar de o fenômeno me ocorrer ocasionalmente.

Muito tempo depois, eu já estava na faculdade, a coisa ficou feia de vez. As projeções astrais eram constantes e, se é que posso usar a expressão, perigosas. Um sábado à tarde eu me peguei brincado de passar embaixo dos ônibus em movimento na Avenida Anhangüera! Era tão assustadora a facilidade com a qual eu me desprendia do meu próprio corpo que fui ler sobre assunto. Fiquei sabendo que isso se chamava projeção astral ou projeciologia e que existiam estudos importantes sobre o assunto e que a própria medicina já se interessava por ele.

Segundo o Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia (IIPC), a projeciologia “é um ramo ou especialidade da ciência Conscienciologia, que estuda as projeções energéticas da consciência e as projeções da própria consciência para fora do corpo humano, ou seja, das ações da consciência operando fora do estado de restringimento físico do cérebro e do corpo biológico. Além da experiência fora do corpo propriamente dita, a Projeciologia também investiga dezenas de fenômenos projeciológicos correlatos tais como: bilocação, clarividência, experiência de quase-morte, precognição, retrocognição, telepatia e muitos outros.”

Por volta dos 15 anos tive também uma experiência de bilocação, ou seja, estar em dois lugares ao mesmo tempo. Segundo relatos, eu teria me despedido de uma amiga, mas no momento exato que ela partia, eu dormia tranquilamente na casa dos meus avós. Eu bati o pé que dormia, tinha provas de que eu dormia, e eles tinham prova de que eu tinha ido. Looooouco! Sei que é estranho, mas acreditem: é muito mais pra mim.

Não sei porque, talvez por uma necessidade de racionalidade, talvez pela descrença das pessoas em relação ao assunto, boicotei esse processo e somente em raríssimas ocasiões ele me ocorria conscientemente. Visitas a pessoas conhecidas e de quem eu sentia falta e viagens a lugares exóticos foram alguns desses episódios de projeção astral. Uma vez, sobrevoei (ai, é sempre duro relatar essas coisas sem pensar quantas pessoas não devem me achar maluca) uma floresta densa, voando de costas, num carinho dos deuses.

Volto a pensar no assunto agora porque isso me ocorreu duas vezes recentemente. E, nesta noite, conscientemente, estive num lugar que não existe nesse mundo, numa cachoeira de névoa verde, que desembocava num lago doce e de águas com consistência bizarra. Acordei às 5 da manhã com uma paz inédita, algo curativo e completamente restaurador. Liguei o rádio, sentei na cama, abri uma fresta da janela e não pude deixar de pensar nas vantagens de ser bem esquisitinha!

9 comentários:

Pablo Alcântara disse...

Poxa, Rochelle, que legal!

Eu tenho um pessoal na família que também consegue fazer a projeção com naturalidade.

Eu não consigo. Confesso que já tentei utiizando umas técnicas que aprendi. Mas nunca consegui de fato.

Certamente você pode conseguir encontrar lugares de paz nessas "viagens". Parabéns!

Cristian de Almeida disse...

Quem dera eu pudesse ser esquisitinho assim e poder fazer umas viagens mais baratas (custo zero praticamente) ou então chegar ao pico de algumas montanhas sem precisar passar dias sofrendo com mochila pesada...
fiquei curioso, vou ler mais à respeito !!
ahhh, não tinha lido nenhum livro do Ken Follet ainda, infelizmente!! mas já estou dando um jeito nessa situação, essa semana chega Mundo Sem Fim e Os Pilares da Terra que comprei pela internet!!eeee
ps: ninguém de confiança havia me indicado esses ainda.. em vc eu boto fé !!rss

Unknown disse...

Menina, acontece algo "parecido" comigo - não é bem a sensação de estar fora (mas aconteceu há um tempo e, neste ano, foram duas vezes) eu desligo, quase que por completo.
Outro dia, voltado pra casa, tive que parar o carro pois não sabia onde estava e, por segundos, não reconhecia nada, nem painel do carro, bolsa, a música que tava tocando.
Pânico total!Deu até tremedeira!

Igor A. disse...

Aaaah, então é por isso que às vezes eu te ensino tanto a usar o mp3 no computador e você nunca aprende: tá viajando em outro plano sempre que eu explico, mesmo que você responda e repasse as (poucas) coordenadas comigo.

De qualquer forma, no mundo cão em que a gente vive, isso nem é esquisitice - é no máximo uma breve excentricidade ou, para os que creem, uma potencialidade espiritual.

Minha ideia sobre esquisitice envolve, na verdade, quarentonas sociopatas que falam manso e enfiam a faca fundo, isso sim.

De qualquer forma, na próxima viagem, me chame!

Dois mil beijinhos!

Aline Leonardo disse...

Ai Veruska, eu tive esses transes que você descreve, mas há muito tempo. Graças a Deus nunca mais aconteceu pq a sensação é péssima! rs

Anônimo disse...

Existe muito mistérios que não entendemos e muitas vezes achamos que é bobagem, mas se você diz que acontece eu não posso negar, pois não tenho nenhum conhecimento sobre esse assunto.
Vim conhecer seu blog por meio do tremdoido.

Plenitude do Ser disse...

Ai Nina... como é bom vir aqui! Adoro seus textos, e, esse vem trazer um assunto muito interessante! Esse último lugar que vc falou... será em algum plano espiritual? Os livros dizem que existe muitos outros lugares fora da Terra habitados (espero q vc não ache eu sou maluquinha, rsrsrs)Mas acredito nas suas viagens astrais e que elas te levam em lugares reais, mesmo que eles não existam aqui.

Volto mais tarde pra ler os outros posts.

Bj linda!!!

Marina disse...

Eu acho que isso acontecia comigo quando era pequena. Lembro que 'voava'...Mas depois perdi a capacidade...Entendo vc. Deve dar medo às vezes...E como está lá no TJ? beijo! té mais!

Paulo Marques disse...

Ah! Gatinha, você é um espírito privilegiado. Somos capazes de fazer muito mais coisas do que qualquer ser humano é capaz de imaginar. Para poucas pessoas, certas habilidades são tão naturais quanto coçar a barriga assistindo televisão. Para outras é preciso longo período de estudo, concentração e prática.
Faço parte do segundo grupo. Sonho com a projeciologia, mas meu desafio atual é conseguir me lembrar de meus sonhos.
Como tenho esta dificuldade, procuro devanear em vigília. Hehehe!
Num dia destes que se projetar, vem me fazer uma visita. Agora mesmo, bem que poderia estar aqui batendo um papo. Não se preocupe. Não me assustarei se chegar voando, desde que não seja em uma vassoura (embora não tenha nada contra).

Beijos do Paulo.