Chamem do que quiserem chamar: afinidade de alma, encontro de vidas passadas ou sei lá o quê mais. Mas, é certo que, recentemente, tenho trombado – assim como quem não quer nada – com pessoas que têm marcado minha vida de uma maneira muito bacana. Pessoas com quem passei menos tempo do que eu gostaria; que eu quase nunca tenho a chance de rever pessoalmente, e que, ainda assim, se tornam grandes amigos.
Uma delas é Luciene, de Brasília. Loira, alta, bonita, ela estava no saguão do aeroporto de Recife, onde participaríamos de um rali usando o novo Freelander 2, da Land Rover. Ela falava de um jeito esparolado, alegre enquanto nos embarcavam numa van que nos levaria até o Enotel, em Porto de Galinhas. Acho que não chegamos a rodar nem 5 quilômetros e nós já éramos grandes amigas e confidentes. Dentro desse veículo calorento que sacolejava a ponto de me revirar o estomago, conseguimos ânimo para revelar coisas bem doídas de nossas vidas e rir de outras tantas que ainda nos davam gosto para prosseguir firmes, fortes e com um sorrisão no rosto. Durante os três dias que passamos juntas nesse hotel de sonhos, uma amizade sincera foi se consolidando com a mesma rapidez em que ingeríamos caipirinhas.
Também jornalista, Andréa um dia me ligou querendo informações sobre mestrado no exterior ou alguma coisa desse tipo. Trocamos e-mails, nos adicionamos no Messenger, mas só voltamos a nos falar quando meu irmão faleceu, em março do ano passado. Ela, já do outro lado do oceano, se mostrou sensível à mensagem que usei no MSN para chamar os amigos de meu irmão para sua missa de 7º dia, me perguntando de quem se tratava e se solidarizando comigo. Depois disso, por causa da profissão comum, começamos a nos falar via MSN, trocando informações, até o dia em que percebemos que éramos amigas, que dividíamos histórias parecidas (muuuuuuuuito parecidas!) e que tínhamos um caminhão de coisas em comum. Incrível pensar que eu não a conheço pessoalmente.
Outra pessoa especialíssima que despencou na minha vida do nada foi a Marilena. Que descoberta! Estava eu, plena terça-feira, 8h30 da noite, acompanhando um cliente que participaria do Roda de Entrevista, da TV Cultura, quando dei com Marilena. De gaiato no navio, ela aguardava por um amigo jornalista que entrevistaria o meu cliente. Assim que o programa começou, fomos para uma sala atrás do estúdio e, como aconteceu com Luciene, antes de terminar o programa, a mágica tinha acontecido: éramos amigas, das mais queridas!
Ontem, Marilena esteve em casa para um jantar e dizia: "acho que isso é coisa de outra vida." Também ontem, abro um e-mail onde Luciene falava a mesma coisa. Quem sou eu pra duvidar, né não Andréa?
Dom cumprido
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É engraçado como o tempo nos faz amadurecer. Fui contrário à ideia de
realizar as Olimpíadas no Brasil. N motivos, mas que não vêm ao caso mais.
E goste...
Há 8 anos